sexta-feira, 13 de março de 2015

93,7% das cidades da PB estão em situação crítica, de alerta ou atenção

De acordo com os Indicadores de Desempenho dos Gastos Públicos com Educação na Paraíba (IDGPB), 93,7% dos municípios do Estado estão em situação crítica, de alerta ou de atenção por conta de problemas que vão desde o alto custo com pessoal até taxas crescentes de analfabetismo.

O estudo mostra que dos 223 municípios paraibanos, 209 fazem parte dessa realidade onde a educação pede socorro. Conforme o levantamento, 179 fazem parte do grupo que cidades que está em estado de atenção. Os que compõem o time que está em alerta são 146 e 66 vivem uma situação crítica.

Algumas localidades estão nos três grupos ao mesmo tempo como é o caso de Alcantil, na microrregião do Cariri. A cidade apresenta problemas com  a taxa de participação da despesa corrente com pessoal e encargos sociais, com a taxa de atendimento escolar e com o índice de eficiência da educação básica. Entretanto, Alcantil também aparece entre os índices satisfatórios já que tirou nota 4,5 no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) referente ao 9º ano do ensino fundamenta.

E esse índice de eficiência tem sido um verdadeiro calo no sapato de 164 municípios que estão com sinal vermelho porque não cumprem as metas desejadas nessa área. Trata-se de um índice de desempenho do gasto público em educação básica que varia de 0% e 100%. Eles traduzem a relação resultados/custos. Quer dizer que as gestões de 73,54% das cidades da Paraíba estão gastando muito e tendo poucos resultados ou simplesmente estão gastando pouco e apresentado uma ineficiência que tem comprometido a educação fundamental.

Gastos com pessoal

Exemplo de que a relação resultados/custos não têm dado certo é o gasto das administrações com despesa de pessoal e encargos sociais na área da educação. Nesse contexto, 71 municípios estão apresentando problema. Alguns chegam a direcionar mais de 80% da despesa corrente com esse item. Dentro desse universo, 68 cidades comprometem mais de 50% da receita educacional com despesa de pessoal e encargos sociais.

Ideb

Outro resultado que preocupa é que 66 municípios não apresentaram um bom desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Entre os que estão com as piores notas, segundo o IDGPB, estão Ingá e Mari que tiveram nota 1,8 e Bonito de Santa Fé, com nota 1,6.

Taxa de analfabetismo

A taxa de analfabetismo também ainda é um grave problema na educação paraibana. De acordo com o IDGPB, 31 cidades apresentam alto índice de pessoas analfabetas. E São José de Lagoa Tapada entrou em estado de alerta por ter 45,46% de analfabetos, com 18 anos ou mais de idade.

Taxa de atendimento escolar

Os índices revelam que em 31 cidades ainda há muita gente fora da escola. Em alguns municípios, quase 40% das pessoas em idades escolar estão sem frequentar aulas.

Da reprovação à formação dos professores

Ainda entre os indicadores existem dados que vão desde o índice de reprovação dos alunos até a formação dos professores. E os números mostram que em 36 cidades há, pelo menos, 40% dos docentes sem ter ensino superior. Entre eles, 26 possuem menos da metade dos professores formados. Em Lagoa, por exemplo, apenas 27,27% dos mestres têm formação superior.
Com relação aos alunos, em 27 municípios estão com altos índices de reprovação, chegando a 30%. Em outras 35 cidades o nível de abandono dos alunos também é alto e chega a 15%.

Da estrutura

A estrutura das escolas também não ajuda a elevar os índices. Conforme o IDGPB, 37 cidades apresentam um número crescente de professores temporários. Em outras 30 localidades a precariedade na infraestrutura atrapalha o desenvolvimento educacional e, em 36, o número de professores por aluno também complica a situação. Há escolas que possuem até 22 alunos por professor, em média.





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