Usuários da Casa de Saúde e Maternidade São Francisco de Assis no
município de Esperança, no Agreste, a 150 quilômetros de João Pessoa, fizeram
na tarde desta sexta-feira (27) uma manifestação para tentar impedir o
fechamento da unidade médica. O atraso no repasse de recursos do SUS que
deveria ter sido feito pela Prefeitura do Município seria o principal motivo
para o fim do atendimento ao público.
De acordo com os manifestantes, a maternidade se constitui em uma
unidade importante que atende a população carente de vários municípios da
região de Esperança. Eles se concentraram na Praça da Cultura, no Centro da
cidade, e seguiram em caminhada até a sede da Prefeitura da cidade, onde
fizeram um ato público.
Desde a segunda-feira (23), o atendimento na maternidade, que é
filantrópica, foi restringido ao setor ambulatorial e os internamentos estão
suspensos.
O vice diretor da São Francisco, Vagner Gomes, informou ao Portal
Correio que o principal motivo para o fechamento da maternidade seria o atraso
em repasse no valor de R$ 122 mil. Esse dinheiro deveria ter sido repassado
pela Prefeitura de Esperança, segundo o dirigente da maternidade, mas o órgão
alega que não tem como arcar com a dívida que é de gestões anteriores.
"São verbas que deveriam ter sido repassadas pela atual administração
porque quando um gestor assume, ele também assume os débitos".
Ele informou ainda que a maternidade está com a folha de pagamento em
atraso tanto dos médicos quanto dos demais funcionários. Os recursos
mensalmente repassados pela prefeitura somam R$ 30 mil e o débito citado diz
respeito a quatro meses deixados pela gestão anterior e também pela presidente
da Câmara Municipal, Cristina Almeida, que assumiu interinamente, conforme
Vagner.
O prefeito do Município, Anderson Monteiro (PSC), no entanto, disse que
a gestão dele está em dia com o repasse dos recursos destinados à Maternidade e
Santa Casa São Francisco de Assis.
Ele informou que, quanto ao valor que está em atraso, são quatro meses
que não foram pagos por gestões anteriores que a atual não tem condições de
arcar. Ele disse ainda que o problema da unidade médica é que somados os
valores de R$ 70 mil que devem ser repassados pela Prefeitura de Esperança (R$
30 mil), e pelo governo do Estado, que é de R$ 40 mil, não seriam suficientes
para manter aquela casa de saúde.
"Nós estivemos em uma audiência convocada pelo Ministério Público
do Estado, com participação de representantes do governo do Estado e de vários
municípios da região e da direção daquela casa de saúde e mostramos que a
situação financeira dos Municípios é preocupante; nós não temos condições de
arcar com a situação da Saúde pública", reclamou.
Ele informou que uma das principais pautas levadas à reunião dos
gestores municipais com o governo federal em Brasília "é justamente esta
questão da precariedade e da falta de recursos para a saúde, principalmente nas
pequenas cidades".
Portal Correio/ WG Notícias
Foto: Moises Fabrício
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