sexta-feira, 20 de março de 2015

166 municípios da PB enfrentam problemas com consumo de drogas, mas ajuda só chega a 82

Imagem: Internet
Problemas relacionados ao consumo de drogas já são enfrentados em 166 municípios paraibanos. Em 155 já ocorrem a circulação de entorpecentes, sendo que em 104 cidades o crack já está chegando. É o que revela pesquisa do Observatório do Crack realizada em 190 municípios do Estado. Os números são referentes ao ano de 2012 e mostram que, em 99 localidades, há problemas relacionados ao crack.

O crack é uma das drogas que mais tem preocupado os gestores. Tanto que, em 20 cidades, é alto o nível de problema enfrentado por conta do entorpecente. Em outras 70 localidades esse nível é médio e em 62, baixo.

Contudo, a gravidade desse problema que causa reflexos nas áreas da saúde e segurança, principalmente, ainda não tem sido enfrentado com projetos que verdadeiramente tentem combatê-lo. Exemplo disso é que a ajuda só tem chegado a 82 municípios. Esses são os lugares onde há ações de enfrentamento ao crack e a outras drogas, conforme o levantamento. Em outros 69 não há nenhuma ação.

Somente 75 cidades têm usuários identificados, o que pode facilitar no momento de ajudar o dependente químico a enfrentar o caso.

E, apesar de todos esses índices, apenas oito cidades têm um Conselho Municipal Antidrogas. Em 85 há Centro de Referência de Assistência Social (Cras) e em 32, Centro de Referência Especializado da Assistência Social (Creas). Somente 21 possuem  Centro de Atenção Psicossocial.

O crack

É sabido que o uso de crack altera quimicamente a parte do cérebro responsável pelo chamado “sistema de recompensa”. O uso da droga estimula um neurotransmissor químico conhecido como dopamina, que tem por função gerenciar um mecanismo de respostas químicas do corpo ao prazer. Naturalmente, a dopamina é liberada por células do sistema nervoso durantes atividades prazerosas como comer ou fazer sexo.

Em usuários do crack, a dopamina permanece estimulando as células, criando intensa sensação de euforia, que dura de 5 a 15 minutos. Após esse curto período, o usuário se deprime e desanima.

Isso gera desejo de recuperar a sensação de prazer, induzindo-o a buscar mais crack, na esperança de alcançar o prazer novamente. E esse ciclo é contínuo. Entretanto, depois de utilizar a droga durante certo tempo o usuário torna-se mais resistente ao seu efeito, e isso o leva a buscar mais consumo para satisfazer suas necessidades. O vício se estabelece rapidamente, mas evidentemente sua intensidade depende da cada organismo, para se instalar. Não há um tempo específico para isso; sabe-se, contudo, que o vício físico está relacionado ao vício psicológico.

A tragédia da dependência ao crack é notada pelos efeitos degradantes que se manifestam quando usuários tentam parar de usar a droga. Os sintomas mais visíveis da abstinência são: depressão profunda, ansiedade, necessidade intensa de conseguir a droga, irritabilidade, agitação, exaustão intensa, comportamento agressivo, ruptura dos sistemas de autocontrole e perda de discernimento.

Portal Arara

Fonte : Nice Almeida


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