quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

Jovem negro tem 13 vezes mais chances de ser assassinado na PB do que um branco

A Paraíba é o primeiro estado do Brasil no ranking dos que mais oferecem riscos de assassinatos contra jovens negros, em relação aos brancos, conforme pesquisa divulgada nesta segunda-feira (5) pela Secretaria Nacional de Juventude.

De acordo com o Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ), ao se tratar especificamente do risco relativo por raça/cor, destaca-se a Paraíba, com 13,401, o que significa dizer que a chance de um jovem negro ser vítima de homicídio na Paraíba é 13 vezes maior do que um jovem branco.

Na sequência, aparece Pernambuco, onde o risco relativo é de 11,565, e Alagoas, com 8,748. Os menores riscos relativos estão no Paraná (0,7), em Santa Catarina (1,4) e São Paulo (1,5). O risco relativo de um jovem negro ser vítima de homicídio em relação a um jovem branco no Brasil é 2,5.

Quanto à escala de vulnerabilidade dos jovens negros, a Paraíba é o segundo estado com maior valor, 0,517. Alagoas lidera esse ranking, com 0,608, e Pernambuco é o terceiro da lista, com 0,506. Os valores vão de 0 até 1,0, sendo que quanto maior o valor, maior o contexto de vulnerabilidade dos jovens daquele território.

O IVJ tem como objetivo mensurar a vulnerabilidade à violência entre adolescentes e jovens de 12 a 29 anos para as 27 Unidades da Federação e incorporar a existência de desigualdades de raça/cor a partir do risco relativo de negros e brancos serem vítimas de homicídios.

Para efeitos de classificação, a categoria ‘negros’, foi formada pelas categorias ‘pretos’ e ‘pardos’ e a categoria ‘brancos’ é formada por ‘brancos’ e ‘amarelos’.

O levantamento conclui que “ainda que se perceba um sentimento de medo e insegurança generalizado em toda a sociedade, a violência letal concentra-se em determinadas áreas e atinge grupos sociais específicos, indicando, muitas vezes, características significativamente semelhantes: falta de equipamentos e serviços públicos, assentamentos precários, disseminação de armas de fogo, eventual presença de organizadores do crime, estigmatização por parte da mídia e da sociedade em geral, bem como fatores raciais associados”.

Portal Correio


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