Espetáculo 'Segura Mamãe' é apresentado na Bica neste fim de semana.
Fusca serve de palco para espetáculos e de base para projeção de
filmes.
Casal de palhaços viaja o Brasil de Fusca (Foto: Michel Araújo/Projeto Beira da Linha) |
Um casal de palhaços que viaja pelo Brasil em um Fusca fez uma parada
em João Pessoa nesta semana. Rafael Trevo e Letícia Marins saíram de São Paulo
em fevereiro e já passaram por Minas Gerais, Goiás, Distrito Federal, Bahia,
Sergipe, Alagoas e Pernambuco antes de chegarem à Paraíba. A dupla, que forma a
Companhia da Sorte, viaja levando o projeto Sementes da Sorte, que integra
circo e educação ambiental, a 13 estados e mais o Distrito Federal.
Trevolino e Lelê, os palhaços, chegaram em João Pessoa na segunda-feira
(10) e já devem partir para o Rio Grande do Norte na outra segunda (17). Porém,
eles pretendem voltar à Paraíba ainda em novembro para visitar cidades do
interior como Campina Grande, Areia e Guarabira. Neste sábado e domingo (15 e
16), a dupla apresenta o espetáculo “Segura Mamãe” no Parque Zoobotânico Arruda
Câmara, a Bica, em João Pessoa, sempre às 15h.
"O nosso objetivo é trabalhar com circo e educação ambiental e
levar espetáculos e trabalhar com arte como meio de conscientização em locais
que, às vezes, não têm muito acesso à cultura, como comunidades e cidades
menores", esclareceu.
Além de meio de transporte, o Fusca também é um ajudante no projeto.
Ele serve como palco das apresentações de espetáculos circenses e como base
para a projeção de filmes para as crianças beneficiadas pelo projeto. O
veículo, que pertence a Rafael há 8 anos, é um modelo de 1964. “O Fusca é bom
demais. Quando dá algum problema, o Rafael mesmo que arruma”, comentou Lelê.
O projeto trabalha com quatro vertentes - ou quatro pétalas, como eles
preferem chamar. A primeira são os espetáculos e números circenses, que começam
pelo circo-teatro e passam por mágica e malabarismo em praças públicas, escolas
e até na rua mesmo. “Qualquer espaço é lugar para a gente fazer as apresentações”,
garante a palhaça.
Palhaços fazem atividades com crianças da comunidade Beira da Linha, no Alto do Mateus (Foto: Michel Araújo/Projeto Beira da Linha) |
O casal também investe na vertente da arte-educação, por meio de
oficinas. São oferecidas duas oficinas para crianças, uma de malabarismo e
outra de consciência ambiental, e uma terceira para pessoas de 15 anos ou mais
que já são artistas ou integram turmas de aula de teatro. Nesta última, eles
aprendem a construção de número cômico, ou seja, a trabalhar a comicidade e a
palhaçaria.
A terceira pétala são as intervenções nas ruas, sem hora marcada, em
que o casal leva poesia a espaços públicos e também doa flores para
desconhecidos. Para finalizar as quatro vertentes, há o Cine Consciente. “Nosso
objetivo não é só passar o cinema como entretenimento. Em cada cidade, a gente
escolhe um tema relevante e promove o debate. Nesta semana, por exemplo,
falamos sobre o lixo”, explicou Lelê.
O projeto foi viabilizado por meio de financiamento coletivo na
internet e quem tiver interesse em contribuir com o casal ainda pode ajudar.
Além da campanha nas redes sociais, os palhaços ainda passam o chapéu no fim
dos espetáculos para garantir a manutenção do projeto. A companhia ainda é
ajudada por meio de trocas e apoios de hospedagem, combustível e alimentação de
algumas secretarias de cultura das cidades em que passa.
Krystine Carneiro
Do G1 PB
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