Os moradores de 18 cidades e cinco distritos na Paraíba
estão sem água nas torneiras. O abastecimento nestes municípios foi suspenso
pela Companhia de Água e Esgoto da Paraíba devido ao colapso dos mananciais que
atendem as localidades que estão em situação crítica, ou seja, com menos de 5%
da sua capacidade total, ou em observação, com 20% inferior ao seu volume
total.
O colapso deixa quase 200 mil habitantes no estado sem
água e obriga os moradores a comprarem o líquido. Alagoa Grande, Esperança,
Cuité e São João do Rio do Peixe estão entre as cidades que passam pelo
problema. Outros 32 municípios e oito distritos passam por racionamento. De
acordo com dados da Cagepa, nove cidades estão em estado de alerta.
Em Alagoa Grande, no Brejo paraibano (320 quilômetros da
Capital), que possui 28.689 habitantes, não é assistida por carros-pipa do
Governo Federal e nem Estadual. No município dez litros de água para o consumo
doméstico chega a custa R$ 80. Josilene Nunes, proprietária de uma pousada na
cidade reclama da crise hídrica e relata que comerciantes estão se aproveitando
da falta de água para encarecer o produto.
“Eles estão se aproveitando da situação. No sábado a 10
litros de água custava 40 reais, depois passou para 50, 60 e ontem eu tive que
comprar por 80 reais. Está um caso sério na cidade”, contou.
Segundo ela, Alagoa Grande sofre com problema de
abastecimento desde dezembro de 2014, mas destaca que essa é uma situação que
se repete todos os anos. “Está uma precariedade desde dezembro. Todo final de
ano é mesma coisa”, disse. Apesar do colapso, em período exporádicos os
moradores têm água nas torneiras. “Ontem fazia 14 dias que tinha água. Chegou
nas torneiras, mas não passou nem três horas e muito escassa”.
Em Esperança, no Agreste (a 159 quilômetros da Capital) a
falta de água é ainda mais grave, como relata um dos 32.530 moradores . Segundo
José Agailto Batista Carlos, dono de um restaurante no município, há seis meses
o fornecimento foi paralisado. Sem água em casa e no restaurante ele recorre
aos carros-pipas particulares. O custo é de R$ 180 por carro-pipa, que rende,
de acordo com o comerciante, cerca de nove mil litros de água.
“A gente sente o impacto. De vez de estar investido no
nosso negócio temos que comprar comprar água”, lamenta. Ele conta também que
tanto em sua casa, como no estabelecimento comercial foi necessário construir
uma cisterna para guardar a água, bombear para caixa e recebê-la nas torneiras.
Em Esperança o Governo Federal disponibiliza quatro
carros-pipa para as áreas periféricas da cidade. A operação distribui água
potável para a população situada nas regiões afetadas pela seca.
A solicitação de atendimento pela Operação Carro-pipa é
feita diretamente à Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério da
Integração. A demanda é encaminhada ao Exército, que faz uma avaliação técnica
em conjunto com a prefeitura municipal. Constatada a necessidade, o município é
incluído na operação e passa a receber água por meio dos carros-pipa
contratados pelo Governo Federal.
Municípios em colapso de água:
São João do Rio do Peixe, Carrapateira, Triunfo, Distrito
de Gravatá, Montadas, Algodão de Jandaíra, Nova Floresta, Cuité, Serra Redonda,
Remígio, Esperança, Distrito São Miguel, Distrito Lagoa do Mato, Distrito
Cepilho, Areial, Riacho Santo Antônio, Distrito Pindurão, Pilões, Alagoa
Grande, Desterro, Cacimbas e Riacho dos Cavalos, Arara.
Municípios com racionamento:
Barra de São Miguel, Areia, Umbuzeiro, Nova Palmeira,
Campina Grande, Barra de Santana, Caturité, Queimadas, Pocinhos, Lagoa Seca,
Matinhas, São Sebastião de Lagoa de Roça, Alagoa Nova, Distrito de Galante e
Distrito São José da Mata, Aroeiras, Gado Bravo, Distrito Novo Pedro Velho,
Nazarezinho, Bom Sucesso, Brejo dos Santos, Jericó, Mato Grosso, Casserengue,
Belém, Caiçara, Logradouro,Riachão, Distrito Braga, Distrito de Rua Nova,
Solânea, Riachão, Tacima, Dona Inês, Damião, Distrito de Barreiros, Distrito
Logradouro, Distrito Cozinha, Bananeiras, Cacimba de Dentro, Araruna e Santa
Cruz.
Municípios em estado de alerta:
Piancó, Serraria, Natuba, Puxinanã, Gurjão, Lagoa, São
José da Lagoa Tapada, Cajazeiras e Monte Horebe
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