A cesta básica de João Pessoa apresentou o maior aumento
do feijão no mês de janeiro entre as 18 capitais do país pesquisadas pelo
Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). O
produto subiu 32,62%, puxando a alta de 2,47% da cesta pessoense no mês passado
comparado a dezembro, que passou a custar R$ 278,73. Dos 12 itens pesquisados,
a banana teve o segundo maior reajuste (4,9%) e dois ficaram estáveis. Os
demais tiveram queda no preço ou alta menor que 2%.
Na comparação com janeiro de 2014, o aumento da cesta
pessoense foi de 5,51%. Em janeiro a carne (0,19%), o arroz (1,23%), o pão (
1,27%) e o óleo (1,63%) foram reajustados em menos de 2%. Enquanto o leite
(-0,67%), a farinha (-2,72%), o açúcar (-1,23%) e a manteiga (-0,41%),
apresentaram retração. Já o valor do tomate e do café ficou estável.
O economista e supervisor técnico do Dieese na Paraíba,
Renato Silva, afirmou que a elevação do preço do feijão está relacionada à
redução da oferta. O economista explicou que na época do plantio do produto, em
agosto, o preço do grão estava barato e isso desestimulou os agricultores a
investirem na produção. Ao contrário, eles reduziram o volume da área plantada.
“Agora, com a demanda maior que a oferta o preço subiu. A tendência é que o
grão também apresente alta no preço na próxima pesquisa porque já começamos a
colher os dados e estamos percebendo o preço alto”, contou Renato.
Renato Silva lembrou que em janeiro a cesta básica da
capital paraibana saiu da quarta posição para a terceira cesta mais em conta
entre as 18 capitais pesquisadas pelo Dieese. Na comparação anual (janeiro de
2013 com janeiro de 2014), sete produtos apresentaram elevação: feijão
(33,65%), carne (23,09%), café (16,71%), arroz (9,01%), pão (3,77%), manteiga
(2,09%) e leite (0,68%). Cinco tiveram redução: farinha (-29,39%), tomate
(-20,33%), açúcar (-9,6%), óleo (-6,04%) e banana (-1,29%).
O trabalhador pessoense cuja remuneração equivale ao
salário mínimo necessitou cumprir, em janeiro, jornada de 77 horas e 49 minutos
para comprar os mesmos produtos que, em dezembro de 2014, exigiam a realização
de 82 horas e 39 minutos. Esta redução é consequência da entrada em vigor do
novo valor do salário mínimo, cuja alta (8,84%) é maior que a variação mensal
do custo da cesta. Em janeiro de 2014, o tempo de trabalho necessário para a
aquisição da cesta era de 80 horas e 16 minutos.
Em janeiro, o custo da cesta em João Pessoa comprometeu
38,45% do salário mínimo.
Fonte : ALEXSANDRA TAVARES/JP
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