A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e
Cultura (Unesco), celebra nesta sexta-feira, 13 de fevereiro, o Dia Mundial do
Rádio. A data foi escolhida por ser o mesmo do dia da criação da Rádio ONU, em
1946. O tema deste ano é "O Jovem e o Rádio" que tem como foco a
inclusão, os desafios, as oportunidades e o futuro dos jovens. O Dia Mundial do
Rádio foi instituído pela ONU em 2011 e passou a ser comemorado em 2012.
A Unesco acredita que o mais importante não é direcionar
a discussão, mas sim, perguntar aos jovens o que é importante para eles. Para
marcar a data, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, afirmou que a Rádio ONU
transmite milhares de notícias por ano.
Ban disse que o rádio é um importante meio de comunicação
para 1,8 bilhão de jovens em todo o mundo. Segundo Ban, "no momento em que
a comunidade internacional prepara os novos objetivos de desenvolvimento
sustentável e um novo acordo sobre o clima, o mundo deve escutar as vozes da
juventude urgentemente".
A Unesco é a agência da ONU que lidera as comemorações
sobre o Dia Mundial do Rádio. De Paris, o consultor da Unesco Leandro Pereira
França, falou à Rádio ONU sobre a participação do jovem nesse veículo. Para
ele, o rádio pode servir como meio de inclusão social também.
"A taxa de desemprego entre os jovens chega a ser
2,8% a mais do que a da população em geral, dois-terços dos jovens estão em
situação de desemprego. E essa falta de inclusão no mercado de trabalho também
ocorre nas empresas de mídia, nos meios de comunicação. As rádios falham,
muitas vezes, em representar os jovens, incluir mais vozes jovens em sua
programação. Então, a Unesco busca encorajar uma programação voltada para os
jovens, que vá além dos programas de música e entretenimento, que inclua os
jovens como entrevistados, como membros de suas equipes, como produtores de
conteúdo para desenvolver programas feitos por jovens para jovens."
No Brasil, uma entidade privada tem se dedicado a
formação de novos profissionais, entre eles muitos jovens que querem entrar no
mercado da comunicação. Do Rio de Janeiro, o diretor da Escola de Rádio, Ruy
Jobim, falou à Rádio ONU que, atualmente, a ligação do jovem ao rádio tem
aumentado graças também à mídia social. "Hoje o rádio está mais ligado ao jovem
e o jovem mais ligado ao rádio através dos gadgets. Através dos telefones, da
internet e de outras plataformas nas quais o rádio pegou carona. Nós temos o
rádio FM que se adapta facilmente ao telefone celular, já o rádio AM não teve a
mesma sorte, ele ficou de lado. O que está acontecendo é que o jovem ouve
rádio, sim, mas em outras plataformas.
Para Ruy Jobim, o rádio tem vida longa garantida como
veículo de informação. "O rádio é fantástico, ainda é muito cobiçado e é
muito ouvido. Todos ainda têm um rádio, um rádio tradicional, pela internet ou
pelo celular. Então o rádio continua sendo rádio: morrer, jamais!" O
diretor da Escola de Rádio disse que só a tecnologia pode dizer como o rádio
será daqui para frente, mas Jobim afirmou que "aonde tiver um punhado de
música, informação e entretenimento, entrevistas e humor vai haver rádio".
Já para a Unesco, a entrada de jovens no mercado de rádio
não está livre de preocupações que a agência tem com a segurança de jornalistas
em geral. "Outro tópico importante é a segurança de jovens jornalistas,
que muitas vezes seguem para regiões de conflito e regiões de desastre sem
treinamento, sem apoio e sem os equipamentos necessários para mostrar o seu
valor e sua competência e que podem fazer um bom trabalho."
Pereira França disse ainda que a agência da ONU busca
promover uma discussão em torno desse assunto, fazer com que as rádios incluam
os jovens em sua programação e treiná-los para que possam produzir programas
para esse público.
#SintoniaFina
Segmento_Sintonia Fina
Nenhum comentário:
Postar um comentário