quarta-feira, 27 de maio de 2015

Paraíba já perdeu em quatro anos de seca 3 bilhões de metros cúbicos d’água

Barragem Saulo Maia/Areia PB
A Paraíba já perdeu nos quatro anos de seca que castiga o Estado, cerca de 3 bilhões de metros cúbicos d'água, o equivalente a 80% da capacidade total dos 121 açudes monitorados pela Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa). Os mananciais hoje acumulam no total apenas 780 milhões, que equivale a 20,83% dos 3.744.547.815 bilhões, que é a capacidade máxima de todos os mananciais monitorados.

Em 2011, por exemplo, as 121 barragens acumulavam cerca de 3,5 bilhões de metros cúbicos d'água, quase 100% da capacidade total de reserva total de 3,7 bilhões). Passados quatro anos a Paraíba tem hoje 3 bilhões de metros cúbicos d'água a menos, portanto, somente 20,83% de toda sua capacidade de reserva hídrica.

De acordo com a Aesa, hoje existem 48 reservatórios com capacidade armazenada superior a 20% do seu volume total; 38 açudes com menos de 20% do seu volume total e 39 reservatórios em situação crítica (menor que 5% do seu volume total), ou seja, secos.


Também em 2011, a Aesa registrou que 38 barragens sangraram no inverno, inclusive o açude Epitácio Pessoa, em Boqueirão, com seus 411,6 milhões de metros cúbicos, além da barragem Acauã, em Itatuba, que atingiu a capacidade máxima de 253 milhões de metros cúbicos.

O complexo Coremas/Mãe D'Água, maior manancial do Estado, está com apenas 241 milhões de metros cúbicos d'água, quando sua capacidade total soma pouco mais de 1,1 bilhão. Essa barragem, gerenciada pelo Departamento de Obras Contra a Seca (DNOCS), já teve capacidade máxima de 1 bilhão 358 milhões de metros cúbicos d'água.

Em 20 de junho de 2011, o volume total acumulado no Estado era cerca de 3,3 bilhões. Em 2015, quase quatro anos depois, o Epitácio Pessoa está com apenas 18,8% de seu volume total e a barragem Acauã com 16,5%.

Neste ano apenas quatro (Curimatau, Gramame, Baixo Paraiba e Mamanguape) das 15 Bacias Hidrográficas da Paraíba estavam com segurança hídrica de 85.4% a 96.7% de água em seus açudes e barragens. Hoje, os melhores percentuais estão nos patamares de 77,4% 77,1%. Na região de Taperoá, no Cariri, a bacia hidrográfica está com apenas 4,6%.


No ano de 2013, no dia 3 de abril, a Aesa registrava volume total nos 121 açudes de 1.451.893.540 (1,4 bilhão). Bem menos da metade acumulada no ano de 2011.


Em fevereiro de 2014 o volume total havia caído para 1.098.774.080 (1,1 bilhão de metros cúbicos d'água). Passados um ano e três meses nossa reserva hoje está em 780 milhões de metros cúbicos d'água.

Ações governamentais - O Governo do Estado está monitorando os mananciais com mais vigor para proibir desvio de água para irrigação e desperdício. Mais de 700 km de adutoras estão sendo construídos e o Canal Acauã-Araçagi, com extensão de 112,4 km vai receber águas do São Francisco e garantir água para 600 mil paraibanos de 38 cidades, além de assegurar irrigação de 16 mil hectares. Carros-pipa, perfuração de poços e implantação de cisternas são outras medidas emergenciais em andamento. Falta o governo federal reconhecer a importância do Nordeste e a urgência para que sua população um dia tenha segurança hídrica. Fortes apelos têm sido feitos a presidente Dilma Rousseff para que não haja cortes nos financiamentos das obras e ações na área hídrica. Essa é a pauta mais urgente dos tempos atuais.

Portal Arara

Fonte : Click PB

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