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Os
efeitos da crise econômica que vêm assolando todo o mundo, não têm atingido a
produção da cachaça na Paraíba. Pelo menos é o que tem indicado vários dos
principais produtores do Estado. Dados do segmento enfatizam a média de
crescimento anual em torno de 50%. Em alguns casos, a exportação já atinge
quase todos os Estados do País, além de países da Europa, a exemplo da França.
Os engenhos paraibanos estão produzindo cachaça hoje aprovada e muito consumida
por todas as classes sociais.
A
Paraíba é o Estado que lidera o segmento em termos de qualidade na região
Nordeste. Atualmente são em torno de 60 engenhos produzindo a bebida,
distribuídos em diversas regiões. Segundo dados da Associação Paraibana dos
Engenhos de Cana-de-Açúcar (Aspeca), a entidade que engloba agroindústrias,
além de produzir a bebida destilada, também fabrica rapadura e açúcar mascavo.
O setor emprega, hoje, algo em torno de dez mil trabalhadores, de forma geral
no Estado.
Existem
cerca de 30 marcas de bebidas registradas no mercado paraibano. Mesmo com
qualidade reconhecida, segundo dados da Cooperativa dos Produtores de Derivados
de Cana-de-Açúcar da Paraíba (Coodecana), uma das maiores dificuldades
enfrentadas pelos produtores locais é a conquista de novos mercados. Mas,
apesar disso, a bebida paraibana já começa a ser exportada para outros centros
consumidores do Brasil e até do Exterior, como é o caso do Engenho São Paulo e
da Cachaça Volúpia, respectivamente, que já realizaram vendas para os Estados
Unidos, Alemanha e França.
No
mercado desde 1946, a Cachaça Volúpia talvez seja um dos maiores expoentes de
sucesso deste segmento na Paraíba. Produzida no engenho Lagoa Verde, no
município de Alagoa Grande, no Brejo paraibano, seu processo de fabricação
exige rigoroso controle de qualidade, desde a plantação da cana-de-açúcar até o
engarrafamento. Lá, o produto base é selecionado entre os tipos mais ricos em
sacarose e depois adubada, exclusivamente com matéria orgânica.
“A
Volúpia está com uma presença forte hoje no mercado. Mantemos o crescimento de
30% a cada ano, e isso tem sido bem satisfatório. E nossa meta é ampliar mais.
Hoje por exemplo, trabalhamos com foco no mercado interno. No exterior já
mantemos uma boa série de exportação para a França”, confirmou o proprietário
da Cachaça Volúpia, Vicente Otávio Neves Lemos.
Outro
exemplo de sucesso no Estado é a Cachaça Serra Limpa. Com 17 anos de
existência, o engenho situado na zona rural, entre as cidades de Pirpirituba e
Duas Estradas, mantém em sua fabricação 31 empregos diretos. De acordo com o
proprietário da marca, Antônio Inácio, o crescimento anual da bebida está em
torno dos 20%. “Felizmente os problemas ocasionados pela crise econômica não
atrapalharam o nosso negócio. Hoje, a Serra Limpa está presente na metade das
capitais brasileiras. Mantemos exportação para Pernambuco, Ceará, Rio Grande do
Norte, Rio, São Paulo e Distrito Federal”, disse.
Por
enquanto a marca ainda não comercializa o produto para fora do país, mas
segundo Antônio Inácio, a empresa espera que isso aconteça dentro dos próximos
anos. “Hoje vários conhecidos me abordam na rua ou até mesmo no engenho,
dizendo que apresentou a cachaça a amigos do exterior e que aprovaram o sabor e
levaram para seus países de origem”, frisou.
A
Cachaça Triunfo é outra marca de sucesso no Estado. Com sete anos no mercado, o
engenho batizado com o mesmo nome da bebida, localiza-se no município de Areia.
De propriedade do jovem casal Antonio Augusto e Maria Julia, a marca hoje
produz uma das melhores cachaças do município que é conhecido também por ser um
grande produtor da bebida e dos produtos derivados da cana-de-açúcar.
De
acordo com Antonio Augusto, o crescimento comercial da Triunfo hoje no Estado
está em torno dos 50% anuais. “Apesar da nossa pequena produção, esperamos crescer
mais o mais rápido possível. Mercado existe, é que nós ainda estamos em
processo de crescimento da empresa e ainda não contamos com produção suficiente
para exportar para outros países”, disse.
Fonte: jornal da Paraíba
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