sexta-feira, 3 de julho de 2015

“Asteroide de Deus” destruirá a humanidade em setembro, diz “profeta”

Imagem:Internet
Teóricos da conspiração e profetas do apocalipse conseguiram, de novo, infestar a internet com boatos sobre o fim do mundo. Desta vez, a data da tão temida destruição da humanidade foi marcada para daqui a poucos meses – mais especificamente entre os dias 22 e 28 de setembro, talvez no dia 24. O site The Inquisitr fez uma pesquisa detalhada sobre o que está por trás dessa onda específica de rumores e descobriu que ela começou em 2010, quando um certo reverendo Efrain Rodriguez, auto-proclamado profeta, teria recebido uma mensagem divina alertando para a chegada de um asteroide gigantesco, que colidiria com a Terra na região costeira de Porto Rico. A catástrofe daria origem a uma série de terríveis terremotos e tsunamis, que devastariam a costa leste dos Estados Unidos, do México e das Américas Central e do Sul.

Nos últimos cinco anos, uma série de fatores fizeram com que a profecia acabasse gerando uma histeria online, a ponto de a NASA desmentir publicamente as alegações. “Não sabemos de nenhum asteroide ou cometa que esteja atualmente em rota de colisão com a Terra, então a probabilidade de uma colisão de grande porte é muito pequena”, disse um porta-voz da agência ao site Yahoo News. “Na verdade, com base em tudo o que sabemos, nenhum objeto grande deve atingir a Terra nos próximos vários séculos”. Mas declarações do gênero dificilmente amenizam a convicção fervorosa dos apocalípticos: para muitos deles, especialmente para os conspiracionistas, a NASA trabalha em conjunto com os governos mundiais para esconder informações relevantes da população e evitar o pânico em massa. Eles encaram um exercício completamente fictício, que simula um plano de emergência a ser seguido em caso de impacto de asteroide, como uma prova clara de que a agência está a par de uma ameaça iminente, mas esconde a verdade.

Alguns vão mais longe e afirmam que tudo isso é orquestrado pela elite, pelos illuminati ou pelos líderes da nova ordem mundial: os teóricos da conspiração acreditam que eles já estão se preparando para escapar do cataclisma e pretendem, deliberadamente, deixar que a humanidade morra. Esse tipo de teoria, obviamente desprovida de qualquer evidência concreta, costuma fascinar pessoas mais suscetíveis, e por isso ganha tanta popularidade. Em 2013, por exemplo, se espalhou pela internet um boato de que o órgão federal dos EUA responsável pelo gerenciamento de emergências, a FEMA, teria armazenado milhares de caixões especiais – o que, é claro, deu ainda mais força à profecia.

Um tempo depois, teóricos bíblicos associaram a atual tétrade de Luas de Sangue ao apocalipse do asteroide, devido a uma coincidência com o período de festividades judaicas. Em um plano mais “mundano” e político, recentemente, numa declaração feita em maio do ano passado ao lado do secretário de estado americano John Kerry, o então ministro de relações exteriores da França, Laurent Fabius, disse que o mundo “tem apenas 500 dias para evitar o ‘caos climático’”. Não ficou muito claro o que ele quis dizer com isso, mas como o tal período caía bem no dia 24 de setembro, não demorou até que associassem as duas coisas.

E assim, como numa bola de neve, boatos se juntam a profecias, interpretações bíblicas se unem a teorias da conspiração, e tudo isso junto acaba formando estas pequenas histerias coletivas online. É possível afirmar com bastante certeza – não, nenhum asteroide nos atingirá em setembro. Mas a pouca credibilidade desse tipo de informação significa que não precisamos temer a possibilidade de um impacto de asteroide? De jeito nenhum – os cientistas estão certos de que esta é uma das maiores ameaças à humanidade. O físico e divulgador de ciência Brian Cox disse recentemente ao Daily Mail que “existe um asteroide com nosso nome nele, e ele vai nos acertar”. Cox estava chamando a atenção para a urgência de que as nações unam esforços e criem formas concretas de evitar colisões. Desta pedra podemos estar a salvo – mas até quando teremos a mesma sorte?

Da Revista Galileu

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