O pau cantou no Palácio da Redenção, na última quarta-feira (09/02), durante reunião entre o secretário Walter Aguiar e a bancada governista. Inconformado com a interferência de Domiciano Cabral nos seus planos, Tião Gomes tentou agredir fisicamente o colega, chamando-o de “bandido, ladrão, picareta, canalha, corrupto, cretino, cachorro, desonesto, pilantra, mau caráter”, e outros adjetivos impublicáveis
Palácio da Redenção foi palco de um grande barraco governistaOs bastidores da reunião entre o secretário de Governo, Walter Aguiar, os parlamentares que integram a bancada situacionista na Assembleia Legislativa foram revelados nesta sexta-feira (11/02).
Palácio da Redenção foi palco de um grande barraco governistaOs bastidores da reunião entre o secretário de Governo, Walter Aguiar, os parlamentares que integram a bancada situacionista na Assembleia Legislativa foram revelados nesta sexta-feira (11/02).
A reportagem do PBacontece apurou que o encontro realizado na Palácio da Redenção acabou em pancadaria em ofensas morais entre os deputados Tião Gomes (PSL) e Domiciano Cabral (DEM).
Tudo começou quando o Colegiado de Líderes da assembleia Legislativa decidiu que metade (50%) das comissões permanentes da Casa ficaria com as bancadas do governo e da oposição, sendo que a Comissão de Constituição Justiça e Redação (CCJ) seria da base governista, e a de Orçamento sob controle dos oposicionistas. Todas as demais ficariam divididas de forma equânime, respeitando a correlação de forças no plenário: 18 deputados para cada lado.Tudo acertado às mil maravilhas. Domiciano Cabral (DEM), representando a bancada do governo, foi quem bateu o martelo.
Acontece que o deputado Tião Gomes (PSL), que pertence, em tese, à base governista, articulava nos bastidores fazer parte do bloco da oposição e, neste caso, desequilibraria o placar em favor da oposição, que passaria assumir o comando da maioria das comissões.Comenta-se que o objetivo da “negociata” de Tião Gomes com a bancada de oposição era obter o comando da Comissão de Orçamento, deixando o governo numericamente em desvantagem.
Acontece que a manobra não deu certo e Tião partiu para um Plano B: que seria articular a direção do seu partido em nível nacional – o que de fato aconteceu -, para promover uma aliança oficial entre o seu partido (o PSL) e o PSB do governador Ricardo Coutinho. Com isso, o deputado Dr. Aníbal - que também é do PSL, mas integra a bancada de oposição – passaria a dar maioria ao governo, apesar de não ter dado sua anuência para isto.
Tião Gomes e Domiciano Cabral quase chegaram às vias de fato durante a reunião Aníbal faria parte do pacote proposto por Tião, pois o partido passaria, oficialmente, a fazer parte da base governista que chegaria a 19 deputados. E com esse placar o governo teria número suficiente para comandar todas as comissões permanentes da AL.
Só quem tinha conhecimento da articulação de Tião era ele próprio e o secretário de Governo Walter Aguiar. Portanto, nem Aníbal sabia que tinha sido vendido pelo colega de partido, nem tampouco Domiciano, que tinha acertado com a oposição a divisão das comissões meio a meio.
Tudo pronto. O secretário Aguiar – que na oportunidade representava o governador Ricardo Coutinho (PSB) - convida todos os parlamentares para uma reunião no Palácio da Redenção, por volta das 18 horas da última quarta-feira (09/02), com o objetivo de dar as “boas novas”, ou seja: que o acordo feito anteriormente na Assembleia Legislativa por Domiciano estava desfeito. Que a partir de então o governo teria o comando de todas as comissões permanentes do Poder Legislativo.
Foi aí que o pau quebrou. Domiciano alegou que já tinha dado sua palavra com a oposição e não voltaria atrás, pois ficaria desmoralizado. Incontinente, Tião Gomes partiu para o ataque, com o dedo em riste, esfregando-o na cara de Cabral e disparou: "bandido, ladrão, picareta, canalha, corrupto, cretino, cachorro, desonesto, pilantra, mau caráter”, e outros adjetivos impublicáveis.
Inconformado com a impassividade de Domiciano, Tião ainda partiu para um cruzado de direita na cabeça do colega. Errou o golpe, mas acabou acertando a orelha de Genival Matias (PT do B), que caiu desacordado no meio da confusão.
A correria foi geral. A copeira do Palácio escorregou e esparramou-se no chão, espalhando salgadinhos e refrigerantes pra todo lado. O garçom saiu em disparada, mas sua fuga foi impedida pela escada do primeiro andar, onde tropeçou e saiu rolando até o andar de baixo. Até o suplente de deputado Assis Quintans (DEM), que chegava atrasado para a reunião, deparou-se com o quebra-quebra. Não pensou duas vezes: entrou de banheiro adentro, onde se encontrava uma copeira acocorada, tremendo de medo.
Neste momento, Tião dá um chute na porta e abandona a reunião. A turma do “deixa disso” entra em campo. Domiciano renunciou à liderança do DEM, afirmando que não aceitaria, em hipótese alguma, a mudança das regras pré-estabelecidas.O secretário Walter Aguiar toma a palavra e diz, com todas as letras: “Não é problema do governo ter ou não ter maioria. Para o governo tanto faz”, deixando os parlamentares governistas revoltados, indignados e desconsertados, com a arrogância e a desatenção do auxiliar do governo para com a sua base política, até porque, em tese, ele estava falando pelo governador.
Finalmente, a reunião terminou, vergonhosa e melancolicamente, sem nenhuma definição. A partir desta segunda-feira (14/02) as negociações recomeçarão da estaca zero. Tudo o que foi acordado voou literalmente pelos ares na luta de MMA entre Tião Gomes e Domiciano Cabral que, para muitos, teve mais emoção que o chamado “combate do século” entre e os brasileiros Anderson Silva e Vitor Belfort.
PBACONTECE
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