Durante o evento, o governador Ricardo Coutinho lembrou que fez parte dos movimentos sociais, e que as lutas dos povos quilombolas fazem parte do planejamento do Governo do Estado para redução da desigualdade. “Somos um Estado que ainda tem profundas desigualdades sociais, onde as políticas sempre foram eleitorais e não públicas, principalmente para os quilombolas, e por isso queremos quebrar estes grilhões, libertar este povo que nunca teve participação política e precisa ser incluído no desenvolvimento social e econômico da Paraíba”, disse.
A secretária de Desenvolvimento Humano, Cida Ramos, destacou a importância da unidade de beneficiamento, especialmente para as mulheres da comunidade. “Esta é uma ação de inclusão produtiva, onde, além da reforma, estamos oferecendo cursos de qualificação para utilizar melhor as frutas e o resto da produção, gerando produtos de qualidade, de fácil comercialização”, explicou. Ela lembrou ainda que o Governo do Estado promove outras ações nas comunidades quilombolas, como o Programa Cidadão, emitindo documentos de identidade e de registro civil, e a doação de máquinas de costura para trabalhadores destas comunidades, criando uma ação comunitária produtiva.
Para o presidente da cooperativa dos quilombolas, Geraldo Gomes, o investimento na produção de aves, que produzirá até 300 quilos de carne por mês, trará desenvolvimento para as famílias que participam da atividade. Já uma das agricultoras cooperadas que trabalha no beneficiamento de frutas, Ivonete Faustino, conta que o recurso dá asas a voos maiores para a comunidade quilombola.
“A meta é colocar nossa produção à venda no comércio local, coisa que não conseguiríamos sem este investimento. Nós vivíamos em casa, sem ter o que fazer, e agora temos uma atividade lucrativa. Queríamos produzir, mas não tínhamos como, até este recurso ser liberado”, contou Ivonete. Um grupo de 13 mulheres e dois homens produzem doces, geleias, sucos, licores e bolos, além de farinha, que são vendidos para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).
O coordenador estadual do Cooperar-PB, Roberto Vital, disse que a pretensão de crescimento é justificada, já que a comunidade é recente e ainda está em processo de adequação. “É natural que nesta fase do processo de manejo cheguem as estruturas, os equipamentos e os investimentos necessários para o resgate da dívida social que temos com os povos quilombolas”, comentou.
A Associação da Comunidade Negra do Bonfim recebeu recursos na ordem de R$ 126.748,15 para o apoio à avicultura, beneficiando 18 famílias. Já as comunidades de Impueirinha e Grutão terão 74 famílias beneficiadas com uma unidade de beneficiamento de farinha com um investimento total de R$ 88.315,00. As 200 famílias das comunidades de Chã de Jardim, Emanuel Joaquim, Gruta de Cobra, Macacos, Mazagão, Santana, Tabuleiro de Muquém e Tanque Comprido, que fazem parte da Associação para o Desenvolvimento Sustentável da Comunidade da Chã Jardim, terão uma unidade de produção de polpa de frutas no valor de R$ 62.612,16.
As próximas comunidades quilombolas que serão beneficiadas com os recursos devem ser as de Matão, Matias e Fonseca, com a instalação de galinheiros rústicos para produção administrada pelas mulheres da comunidade. A obra deve ser concluída até o ano que vem.
Já as 11 comunidades indígenas de Baia da Traição, Marcação e Rio Tinto receberam incentivos para a produção básica de criação de aves e horticultura. Os moradores foram capacitados com cursos de manejo de práticas agroecológicas e com a construção de galpões. O projeto tem conclusão prevista para 2014.
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